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Começar- O que é a Perturbação do Espectro do Autismo?
- Quais são os sintomas da Perturbação do Espectro do Autismo? (Critérios do DSM-5)
- Como é diagnosticada a Perturbação do Espetro do Autismo?
- Quais são as opções de tratamento para a Perturbação do Espetro do Autismo?
- Conselhos para Famílias com Crianças Autistas
O que é a Perturbação do Espectro do Autismo?
A perturbação do espetro do autismo é uma perturbação do neurodesenvolvimento de longa duração, com uma forte componente genética, que se manifesta na infância e se caracteriza por uma falta de comunicação e interação social e pela repetição de um conjunto invulgar de comportamentos sensório-motores.
O termo “perturbação do espetro do autismo” refere-se à vasta gama de sintomas que apresenta, que vão desde os ligeiros aos graves.
Mesmo que os indivíduos do espetro tenham níveis de desconforto muito diferentes, esta síndrome ocorre independentemente da origem étnica, crença religiosa ou nível socioeconómico1. Como já foi referido, os dois sintomas mais básicos da perturbação do espetro do autismo são os comportamentos sensório-motores limitados e repetitivos, bem como a comunicação social limitada.
Quais são os sintomas da Perturbação do Espectro do Autismo? (Critérios do DSM-5)
O Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM) abordou a perturbação do espetro do autismo com o objetivo de a identificar como uma perturbação psicológica, distingui-la de outras perturbações e proporcionar um tratamento adequado.
Para além destes dois sintomas-chave, os sintomas devem começar na infância e ter um impacto significativo no funcionamento para serem classificados como uma perturbação do espetro do autismo2.
Para iniciar a discussão sobre a afetação da funcionalidade, considere a forma como esta condição afecta negativamente a vida quotidiana, a vida profissional e as relações sociais da pessoa e causa deterioração.
Falta de Interação Social
As pessoas do espetro do autismo estão menos envolvidas emocionalmente na sociedade2. Lutam num espetro específico em áreas em que são deficientes, como as questões emocionais e sociais. Podem manifestar-se de várias formas, tais como não serem capazes de comunicar uns com os outros, não partilharem os seus interesses ou sentimentos, não partilharem a interação social ou não serem capazes de se envolverem na interação social.
Os indivíduos com autismo podem ter dificuldades com as capacidades de comunicação verbal e não-verbal2. Estes sintomas também estão presentes dentro de um determinado intervalo, tal como o nome do espetro do autismo sugere. Podem apresentar caraterísticas como a incapacidade de comunicar verbalmente ou não verbalmente; uma anormalidade na comunicação através do contacto visual e da linguagem corporal; uma incapacidade de compreender e utilizar gestos; uma ausência total ou deficiência de gestos e expressões faciais; e pouca ou nenhuma comunicação.< /p>
Os indivíduos do espetro do autismo podem ter dificuldade em estabelecer e manter relações, bem como em compreendê-las2. Os comportamentos de construção de relações também estão dentro de um certo espetro. Podem, por exemplo, não ter a capacidade de mudar e ajustar os seus comportamentos para melhor se adaptarem a diferentes ambientes sociais, ser incapazes de fazer amigos ou ter dificuldade em fazê-los, e não mostrar interesse pelos seus pares.
Comportamentos Limitados e Repetitivos
As pessoas com perturbações do espetro do autismo podem apresentar comportamentos estereotipados e repetitivos2. As crianças, por exemplo, podem alinhar os seus brinquedos, abanar as mãos ou os braços repetidamente, repetir involuntariamente o que os outros dizem, ou desenvolver e memorizar uma forma única de falar.
As características da perturbação incluem evitar comportamentos semelhantes noutras pessoas e exibir os seus próprios gestos ou discursos rituais2. Por exemplo, podem ficar extremamente desconfortáveis se o ambiente mudar, mesmo que ligeiramente; podem ter dificuldade em fazer a transição de um jogo para outro ou para a fase seguinte de uma tarefa, e podem repetir essa fase vezes sem conta. Como têm dificuldade em mudar a sua rotina ou em fazer a transição para uma nova situação, podem querer comer a mesma comida, vestir as mesmas roupas ou andar da mesma maneira todos os dias.
Para além destas caraterísticas, as pessoas com autismo podem ter interesses e comportamentos limitados2. Normalmente, não mudam os seus interesses e mantêm-se fiéis a um tema. Por exemplo, podem ficar demasiado ligados a um objeto ou tarefa e interessar-se obsessivamente por ele.
As pessoas com autismo preferem um ambiente mais estável e limitado porque têm interesses e comportamentos limitados, o que lhes permite adaptarem-se mais facilmente. Como resultado, apresentam reacções invulgares a estímulos sensoriais externos2.
Podem reagir lentamente, como se não se apercebessem, ou podem reagir rapidamente, como se estivessem mais desconfortáveis do que o habitual. Podem, por exemplo, ignorar um estímulo doloroso ou uma temperatura diferente da normal, ou podem reagir negativamente a um som específico e diferente.
Como é diagnosticada a Perturbação do Espetro do Autismo?
É fundamental ter em conta as opiniões de especialistas e prestadores de cuidados, bem como escalas e ferramentas internacionalmente fiáveis e validadas, para diagnosticar esta perturbação. Os psicólogos credenciados também podem utilizar ferramentas científicas para realizar uma entrevista de avaliação com base nos sintomas e observações relatados pela família. Se posteriormente o psiquiatra examinar todas estas avaliações, irá diagnosticar a perturbação do espetro do autismo.
Um indivíduo diagnosticado pode assim ser encaminhado para o tratamento e educação corretos. É fundamental iniciar este processo o mais cedo possível, uma vez que a investigação demonstra que as intervenções precoces, tanto em termos de educação como de tratamento, facilitam os progressos futuros3. Por conseguinte, em caso de dúvida sobre o desenvolvimento ou o comportamento da criança, os médicos devem ser consultados o mais rapidamente possível.
A Importância do Diagnóstico Precoce
Um estudo concluiu que as crianças que têm um irmão têm mais probabilidades de serem diagnosticadas do que as crianças que não têm um prestador de cuidados consistente. Além disso, o facto destas crianças comunicarem umas com as outras e com os irmãos mais velhos foi identificado como um fator que aumenta a taxa de diagnóstico precoce. Além disso, os estudos demonstraram que as crianças com irmãos mais novos e com idades próximas têm mais probabilidades de receber um diagnóstico tardio4.
Uma vez que um diagnóstico de perturbação do espetro do autismo na adolescência ou na idade adulta pode ter uma série de implicações sociais, culturais e económicas, o atraso no processo pode afetar a dificuldade da situação que os indivíduos enfrentam.
Além disso, as pessoas que não são diagnosticadas até à adolescência ou à idade adulta podem desenvolver condições mentais como a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), Perturbações de Ansiedade e Perturbações de Humor mais tarde na vida, complicando ainda mais a situação1. Nesta perspetiva, é lógico realçar a importância do diagnóstico precoce na perturbação do espetro do autismo.
Como é Que Posso Saber se o Meu Filho Tem Autismo?
Prestar atenção a alguns sinais de alerta precoce e monitorizar o desenvolvimento da linguagem e das competências sociais das crianças pode ajudar a determinar se uma criança se encontra no espetro. As competências linguísticas e sociais das crianças saudáveis avançaram significativamente até ao sexto mês. Os bebés, por exemplo, começam a responder aos sorrisos dos seus cuidadores aos 6 meses e podem agora produzir frases de duas a três palavras aos dois anos de idade. Espera-se que as seguintes fases de desenvolvimento tenham ocorrido na altura certa e podem indicar que a criança tem uma perturbação do espetro do autismo:
- Aos 6 meses: Consegue reagir às expressões faciais de alegria dos prestadores de cuidados.
- Aos 9 meses: Consegue imitar expressões faciais e refletir os sons que ouvem.
- Com 1 ano: Consegue emitir sons incompreensíveis e murmurar.
- Aos 16 meses: Consegue fazer gestos com as mãos e dizer uma palavra.
- Aos 18 meses: Consegue participar em atividades de representação de papéis.
- Aos 2 anos: Consegue formar frases com sentido utilizando mais do que uma palavra.
Os pais devem acompanhar o desenvolvimento linguístico e social dos seus bebés e consultar o seu médico se houver algum atraso.
Quais são as opções de tratamento para a Perturbação do Espetro do Autismo?
A quantidade e o tipo de assistência disponível para crianças e adultos com perturbação do espetro do autismo varia muito entre países e regiões do mundo.5. De acordo com a investigação, as crianças do espetro do autismo de famílias com baixos rendimentos e baixo nível de educação beneficiam menos dos tratamentos.6. Quando se trata de perturbações do espetro do autismo, é fundamental educar e orientar as famílias, porque a abordagem da família é tão importante como o diagnóstico, o tratamento e a educação.1, 7.
Para além da informação à família, existem intervenções junto dos cuidadores, intervenções comportamentais e treino de competências sociais para gerir a interação criança-família.1. Os estudos demonstram os seguintes resultados:
- A análise comportamental aplicada de alta intensidade ajuda as crianças pequenas a desenvolver o funcionamento cognitivo e as competências linguísticas.8.
- Quando aplicada durante uma média de 20 a 40 horas por semana, durante vários anos, a intervenção comportamental intensiva precoce proporciona benefícios significativos para os sintomas básicos da perturbação do espetro do autismo, em especial as capacidades de comunicação.9.
- O treino de competências sociais ministrado num contexto de grupo melhora os comportamentos sociais dos adolescentes com perturbações do espetro do autismo.10
Conselhos para Famílias com Crianças Autistas
Se o seu filho se encontra no espetro do autismo, o passo mais importante para lidar com ele é fazer uma pesquisa exaustiva e aprender o mais possível sobre o assunto. Ao investigar e aprender, estará mais bem preparado para os problemas que o seu filho ou você próprio poderão enfrentar.
Desta forma, ficará a conhecer melhor o seu filho e aprenderá sobre as caraterísticas que o distinguem dos seus pares no espetro. Pode explorar novas perspectivas e competências, bem como as caraterísticas da neurodiversidade do seu filho.
- Crie uma rotina estável na vida do seu filho com limites claros.
- Crie um espaço seguro e tranquilo para o seu filho em casa.
- Comunique frequentemente com o seu filho.
- Utilizar frequentemente formas de comunicação não verbais, como expressões faciais e gestos.
- Preste atenção ao seu filho nos momentos de raiva.
- Tenha em conta as sensibilidades do seu filho.
- Compreenda como é que o seu filho aprende melhor e apoie-o.
- Divida as grandes tarefas que o seu filho tem de fazer em pequenas partes.
- Participe em grupos de apoio a pais com autismo.
- Procure apoio psicológico profissional para si próprio.
Ser pai ou mãe de uma criança no espetro e estar constantemente a tentar prestar-lhe os melhores cuidados pode ser psicologicamente desgastante. Durante este processo, pode obter aconselhamento individual ou de casal-família com os psicólogos credenciados da Hiwell para se manter psicologicamente saudável e criar espaço para si próprio.
Sources
- Lord, C., et al., 2018, Autism Spectrum Disorder, Lancet.
- American Psychiatric Association, 2013, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5), American Psychiatric Association Publishing.
- Sanchack, K.E., et al., 2016, Autism Spectrum Disorder: Primary Care Principles, American Family Physician.
- Sicherman, N., et al., 2018, Grandma Knows Best: Family Structure and Age of Diagnosis of Autism Spectrum Disorder, Autism.
- Elsabbagh, M., et al., 2016, Autism and the Social Brain: The First-Year Puzzle. Biological Psychiatry.
- Salomone, E., et al., 2016, Use of Early Intervention for Young Children with Autism Spectrum Disorder Across Europe, Autism.
- Dykens, E.M., et al., 2014, Reducing Distress in Mothers of Children with Autism and Other Disabilities: A Randomized Trial, Pediatrics.
- Tiura, M., et al., 2017, Predictors of Longitudinal ABA Treatment Outcomes for Children with Autism: A Growth Curve Analysis, Research in Developmental Disabilities.
- Reichow, B., et al., 2018, Early Intensive Behavioral Intervention (EIBI) for Young Children with Autism Spectrum Disorders (ASD), Cochrane Database Syst. Rev.
- Frankel, F., et al., 2010, A Randomized Controlled Study of Parent-Assisted Children’s Friendship Training with Children Having Autism Spectrum Disorders, J. Autism Dev. Disorders.