Depressão Infantil: Causas, Tipos e Processo de Recuperação

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O Que É Depressão Infantil?

A depressão é um distúrbio do humor normalmente associado à falta ou desequilíbrio de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina. Pode parecer improvável que as crianças sofram de depressão, mas isso pode realmente acontecer durante a infância. A depressão infantil é um distúrbio do humor em crianças que leva a sintomas emocionais, comportamentais e físicos.

Antes da década de 1960, a possibilidade de depressão em crianças era questionada, pois acreditava-se que o sentido de identidade ainda pouco desenvolvido das crianças impediria o aparecimento da depressão. Essa perspectiva começou a mudar na conferência «Estados Depressivos na Infância e Adolescência», realizada na Europa em 1970. Durante esse evento, especialistas chegaram a um consenso de que os transtornos depressivos constituem uma parte significativa dos problemas psiquiátricos em crianças e adolescentes.

A depressão infantil é diferente da depressão adulta. As crianças com menos de sete anos não possuem habilidades linguísticas completas, o que dificulta o reconhecimento da depressão devido à comunicação verbal limitada. A depressão crónica, em particular, pode passar despercebida nas crianças. Os sintomas variam entre as diferentes faixas etárias e, embora as crianças possam não expressar a depressão verbalmente, muitas vezes demonstram-na através do comportamento.

Fatores externos, como estilos parentais, negligência emocional e expectativas elevadas, bem como aspetos da personalidade da criança, como o estilo de apego, podem desencadear sintomas depressivos. A consciência das causas e efeitos da depressão infantil é essencial para tomar as medidas certas para proteger a saúde mental das crianças.

Tipos de Depressão Infantil

Identificar a depressão infantil pode ser um desafio. Os sintomas da depressão infantil incluem tristeza, desesperança, irritabilidade, explosões de raiva, fadiga, perda de energia, falta de interesse, incapacidade de sentir prazer, insónia ou sono excessivo, perda de apetite ou compulsão alimentar e queixas físicas, como dores de cabeça ou de estômago. Algumas crianças podem apresentar um declínio no desempenho escolar ou afastar-se dos amigos.

 ilustração de uma menina a chorar devido a uma depressão infantil

A depressão pode começar repentinamente ou desenvolver-se gradualmente, com duração curta ou longa. As crianças podem não reconhecer ou expressar a sua depressão, o que leva à falta de diagnóstico e tratamento. Os pais devem estar cientes dos sintomas da depressão infantil e monitorizar de perto as mudanças nos seus filhos. Os diferentes tipos de depressão infantil também refletem os observados nos adultos:

  1. Depressão Típica
  2. Depressão Atípica
  3. Depressão Introjetiva
  4. Depressão Anaclítica
  5. Depressão Mascarada

Depressão Típica

Os sintomas da depressão típica podem incluir:

  • Choro
  • Falta de esperança
  • Inquietação
  • Tristeza, falta de prazer
  • Falta de motivação, redução de energia
  • Distúrbios do sono e do apetite
  • Perda ou ganho de peso
  • Evitar contacto visual
  • Indiferença a estímulos
  • Retardar psicomotor ou reação exagerada
  • Incapacidade de se acalmar
  • Dificuldades de concentração
  • Desinteresse por atividades que antes gostava
  • Dor física, exagerada ou mínima
  • Atirar brinquedos, bater portas
  • Pensamentos de inutilidade, impotência
  • Lentidão nos movimentos, sintomas somáticos como dores de estômago ou de cabeça

Depressão Aaípica

A depressão atípica é um subtipo de depressão caracterizado por sintomas menos comuns, incluindo comer e dormir em excesso, sensação de peso, isolamento social e flutuações de humor. Esses sintomas diferem dos da depressão típica.

Problemas comportamentais podem surgir na depressão atípica. Os primeiros sinais de depressão infantil incluem recusa em ir à escola, perda de apetite, dores de estômago, incontinência urinária, roer as unhas, tiques e falta de autoconfiança.

Embora os sintomas da depressão atípica sejam geralmente menos graves do que os de outros subtipos, os casos não tratados podem levar a consequências graves a longo prazo.

Depressão Introjetiva

Existem dois tipos de depressão com base nas relações objetais: «introjetiva» e «anaclítica». A depressão introjetiva desenvolve-se em resposta a problemas relacionais, especialmente em crianças que sofreram traumas graves durante a infância.

Os problemas relacionais geralmente resultam de cuidadores que não atendem as necessidades emocionais da criança ou a submetem a críticas, culpas ou rejeições excessivas.

Depressão Anaclítica

A depressão anaclítica pode surgir em bebés ou crianças pequenas que não recebem amor, cuidados, nutrição e atenção suficientes dos cuidadores. Esse tipo de depressão normalmente é desencadeado pela ameaça de perda do cuidador principal.

Quando o cuidador principal está ausente ou não consegue satisfazer as necessidades físicas e emocionais da criança, esta pode apresentar sintomas como isolamento, apatia, choro, recusa em comer e distúrbios do sono.

Depressão Mascarada

A depressão mascarada é um tipo de depressão em que os sintomas tradicionais estão ausentes ou aparecem de forma diferente. A pessoa pode tentar parecer feliz, mascarando os sintomas depressivos dos demais.

Crianças que sofreram abuso ou negligência podem apresentar «depressão mascarada», manifestando sintomas físicos como dores de cabeça, dores nas articulações ou palpitações sem uma causa médica clara.

Depressão Infantil e Fases do Desenvolvimento

O início da depressão infantil pode estar relacionado com experiências vividas durante várias fases do desenvolvimento, incluindo a infância, a pré-escola, a idade escolar e a adolescência.

Infância

A falta de estímulos, a negligência emocional e o contacto físico insuficiente com o bebé podem ser precursores da depressão.

A depressão na infância pode manifestar-se como problemas comportamentais, atrasos no desenvolvimento, falta de competências necessárias, atraso na aprendizagem a andar, atraso no treino para usar a casa de banho e deficiências motoras.

A observação do comportamento é crucial, pois as capacidades de expressão das crianças não estão totalmente desenvolvidas na infância e na primeira infância. Durante esse período, a depressão pode manifestar-se como distúrbios do sono, medos noturnos, problemas de apetite ou distúrbios alimentares.

Período Pré-escolar

Na depressão infantil, as crianças podem parecer calmas e bem ajustadas, mas nessa faixa etária a comunicação verbal ainda está em desenvolvimento, tornando essencial observar expressões faciais, movimentos, ritmo da fala, tom de voz e atividades.

O período entre os 2 e os 7 anos é crítico, pois estabelece as bases para o desenvolvimento da personalidade e o início da individualização. Em crianças deprimidas, a perspetiva depressiva e as queixas somáticas diminuem com a idade, enquanto os sentimentos de anedonia e impotência aumentam. À medida que as crianças crescem, elas expressam melhor os seus problemas verbalmente, tornando a disfunção social e outros sinais depressivos mais perceptíveis.

O apego dos pais durante esta fase pode afetar a aquisição de habilidades e a autoconfiança da criança. Abordagens de apoio, em vez de superproteção, são importantes para um desenvolvimento saudável.

As crianças podem resistir a ir à escola, chorar ou ter dificuldades de adaptação, podendo evitar atividades escolares ou ter medo da solidão. Sentimentos de inutilidade podem reduzir a sua autoconfiança, aumentando o risco de depressão. Desenvolver uma autoimagem positiva durante a infância é crucial, pois um autoconceito negativo pode levar a personalidades adultas passivas.

Idade Escolar

Em crianças em idade escolar, a depressão pode manifestar-se como evasão escolar, recusa e explosões de raiva. A depressão nesta faixa etária pode afetar as relações com os colegas, o sucesso académico, o interesse em atividades e a concentração.

Durante esta fase, sintomas como apatia, isolamento social e queixas físicas também podem aparecer. Embora pensamentos suicidas sejam menos comuns em crianças em idade escolar do que em adolescentes, quaisquer sinais devem ser levados a sério. Com o aumento das habilidades verbais, as crianças na escola são mais capazes de expressar os seus sentimentos, tornando os sintomas mais reconhecíveis.

Adolescência

Na adolescência, os sintomas depressivos podem incluir perturbações nas amizades, problemas de adaptação social e declínio no desempenho escolar. Irritabilidade e raiva são sinais proeminentes da depressão adolescente. Acredita-se que as mudanças na puberdade contribuam para o aparecimento da depressão, com alguns a considerarem a depressão um estado afetivo necessário e normativo no desenvolvimento adolescente.

Embora a prevalência da depressão diminua nos rapazes após os nove anos, ela aumenta nas raparigas após os doze anos. O período da puberdade traz alterações hormonais que podem afetar o humor, e o aumento do humor depressivo nas raparigas está associado ao aumento hormonal no início da puberdade.

O que Causa a Depressão Infantil?

Os fatores que contribuem para a depressão infantil, muitas vezes difíceis de perceber e compreender, incluem idade, género, genética, experiências adversas na infância, questões sociais, transições difíceis, rotinas interrompidas, experiências familiares negativas, doenças médicas e psiquiátricas.

Idade e Sexo
A idade, o sexo e os traços de personalidade que predispõem os indivíduos à depressão estão entre os fatores determinantes. As meninas normalmente são mais propensas a sofrer de depressão do que os meninos.
Genética
Um histórico familiar de depressão aumenta a probabilidade de depressão em crianças. Pais deprimidos podem negligenciar as necessidades dos filhos ou estar tão absorvidos nos seus sintomas que não reconhecem a condição da criança.
Experiências Adversas na Infância
Experiências adversas nos primeiros três anos de vida, como a perda de um dos pais ou mudanças significativas na família, podem contribuir para o desenvolvimento de depressão em crianças.
Questões Sociais
As crianças podem ficar deprimidas devido a questões como o divórcio dos pais, a perda de amigos ou familiares, ou conflitos familiares. Durante esses períodos, elas podem desenvolver pensamentos negativos sobre si mesmas, o mundo e o futuro.
Transições Difíceis
Mudanças significativas, como mudanças no emprego dos pais, dificuldades financeiras ou ter um familiar doente, podem afetar as crianças. Por exemplo, as crianças podem ficar deprimidas após um divórcio, às vezes culpando-se pela situação.
Rotinas Interrompidas
A depressão em crianças está frequentemente associada a rotinas interrompidas, tais como mudanças na alimentação, no quarto ou nas atividades diárias, o que pode prejudicar o progresso do desenvolvimento. As crianças deprimidas podem regredir a comportamentos de desenvolvimento anteriores, como fazer xixi na cama ou querer dormir com os pais.
Experiências Familiares Negativas
O ambiente familiar desempenha um papel crucial nos processos depressivos. Problemas de comunicação e conflitos dentro da família podem prejudicar a autoconfiança das crianças e contribuir para a depressão.
Condições Médicas
A depressão frequentemente ocorre em conjunto com vários distúrbios psicológicos e psiquiátricos. Condições físicas difíceis de controlar, como leucemia ou diabetes, podem desencadear a depressão ou agravar os sintomas existentes.
Condições Psiquiátricas
Condições como TDAH, distúrbios de aprendizagem e transtorno desafiador opositivo podem acontecer em simultâneo com a depressão.

Métodos de Intervenção para a Depressão Infantil

Detetar a depressão precocemente e procurar ajuda profissional facilita a busca por soluções. Se não for percebida, ou se as famílias acreditarem que podem resolvê-la por conta própria, a ajuda necessária pode ser adiada. A intervenção precoce é crucial para lidar com os problemas antes que se tornem mais graves. Identificar e tratar os sintomas depressivos precocemente também pode ajudar a proteger contra outros problemas.

ilustração de uma menina a sofrer de depressão infantil demonstrando perda de apetite

Deve ser criado um plano de ação de acordo com a idade e o estado emocional da criança. A depressão afeta o bem-estar social e emocional e tem uma base médica. Como a depressão envolve perturbações nos mensageiros químicos do cérebro, podem ser prescritos medicamentos para apoiar o processo terapêutico, mas apenas por um psiquiatra.

Psicoterapia

O processo de psicoterapia pode variar de acordo com a idade, os sintomas e as necessidades da criança. Frequentemente, são utilizadas técnicas para ajudar as crianças a expressarem as suas emoções e pensamentos, permitindo que os terapeutas se identifiquem e se conectem com o mundo da criança. Isso ajuda a criança a sentir-se segura e relaxada, auxiliando-a a compreender melhor os seus sentimentos.

No tratamento da depressão infantil, os pais também estão envolvidos. Recolher informações tanto da criança como dos pais ajuda a compreender totalmente a situação. Se houver problemas de comunicação ou questões que exijam ajuda individual, pode ser recomendada terapia individual ou de casal para os pais. Os professores também podem ser incluídos no processo terapêutico, se necessário.

Terapia Lúdica

A terapia lúdica é um tipo de terapia que apoia o desenvolvimento emocional, social e comportamental das crianças e é normalmente utilizada para tratar a depressão infantil. Permite que as crianças expressem e explorem as suas emoções num ambiente seguro.

Através da brincadeira, as crianças podem expressar pensamentos e sentimentos negativos e melhorar a sua autoconfiança e capacidade de regulação emocional. A terapia lúdica proporciona às crianças um espaço seguro para desenvolverem estratégias para lidar com situações desafiantes.

Conselhos para Famílias e Professores

Passar tempo de qualidade com os pais é essencial para as crianças. As interações individuais durante o processo de depressão ajudam a criança a sentir-se valorizada e amada. Participar em atividades ou planear saídas, como ir ao cinema ou ao teatro, pode contribuir para o bem-estar da criança.

Envolver as crianças nas decisões familiares pode aumentar a sua autoconfiança. Reuniões familiares em que todos partilham os seus sentimentos, expectativas e necessidades podem criar oportunidades para a criança se expressar e sentir-se ouvida.

O apoio em ambientes educativos também é importante. Os professores são incentivados a apoiar as crianças que sofrem de depressão. Atividades em grupo, tarefas e oportunidades para mostrar os seus talentos podem ajudar as crianças a sentir-se mais confiantes.

Se a criança se sentir mal-sucedida na sala de aula, pode ser proposto um apoio educativo. Incentivar o envolvimento da criança em música, desporto ou outras áreas em que se destaque pode ser benéfico. A colaboração entre a família e o professor é crucial, com comunicação contínua e partilha de observações e informações.

As experiências escolares podem ser fatores significativos para o desenvolvimento de depressão em crianças. Atividades que promovem a saúde mental e a socialização durante eventos escolares podem ser eficazes no tratamento da depressão. Atividades destinadas a melhorar as habilidades de resolução de problemas podem fortalecer as capacidades das crianças em lidar com situações difíceis.

Bibliografia

  1. Çevikaslan, A., Sayım, A. (2008), Çocukluk çağında depresyon. NP Yayınları, İstanbul.
  2. Eryıldırım, G. (2016). Çocukluk çağı depresyonu nedir, tedavi yolları nelerdir? Ankara Üniversitesi Eğitim Bilimleri Fakültesi Rehberlik ve Psikolojik Danışmanlık Mezun (2016) Psikolojik Akademisi, İhtisas Akademi.
  3. Tamar, M., Özbaran, B. (2004), Çocuk ve Ergenlerde Depresyon, Klinik Psikiyatri, Ek 2:84-92.
*Os artigos no nosso site não fornecem aconselhamento médico e são apenas para fins informativos. Uma doença não pode ser diagnosticada com base nos artigos. Uma doença só pode ser diagnosticada por um psiquiatra.

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